31 de ago. de 2011

Red Bull Soap Box


Não fique confuso a respeito desta curiosa modalidade de corrida. O Red Bull Soapbox é uma competição realizada em diversos países do mundo, voltada para pilotos amadores que 
desejam se divertir.






A corrida reúne criatividade, diversão e, claro, muita velocidade. E como se trata de carrinhos não-motorizados, uma das regras básicas para a realização de um Red Bull Soapbox Race é o percurso, sempre uma descida.

No Mundo:
A 1ª edição do Red Bull Soapbox aconteceu em 2000, na cidade de Bruxelas, Bélgica. Desde então foram realizadas edições da corrida maluca em países como Austrália, Estados Unidos, Espanha, Polônia, Irlanda, África do Sul, México. Desde 2008, o Brasil faz parte desta verdadeira festa da imaginação sobre rodas.





No Brasil:
Por aqui, a corrida já teve edições em Fortaleza e na cidade de Porto Alegre, ambas em 2008. A capital cearense foi o endereço da primeira edição do Red Bull Soapbox no Brasil, em junho daquele ano. Realizada próxima à praia do Futuro, a disputa teve como equipe vencedora “Elvis não morreu, bebeu!”, de Fortaleza. Eles trouxeram o astro Elvis como co-piloto de um carro em formato de nuvem, feito de espuma. A corrida contou com 39 criativas invenções de engenheiros e pilotos amadores dos estados do Norte e do Nordeste do país.

Três meses depois, foi a vez de a capital gaúcha receber a segunda edição do Red Bull Soapbox Race no país. A corrida em Porto Alegre reuniu um público de 70 mil pessoas no Parque Germânia e bateu recorde no total de inscritos. Foram mais de 1.300 projetos recebidos somente dos estados participantes daquela edição, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nesta corrida, 29 carrinhos desceram ladeira abaixo e o grande campeão foi a equipe "Gangster's Team Gravity Racer", de Viamão/RS, que percorreu os 400 metros de descida em 27,1 segundos.

Este ano, a cidade catarinense de Balneário Camboriú foi a primeira a receber a corrida maluca. Em abril, mais de 25 mil pessoas lotaram a Estrada da Rainha para ver os carrinhos se aventurando na ladeira da cidade e nem a chuva forte que caiu nos 20 minutos iniciais assustou o público presente. A corrida, que contou com 48 equipes participantes oriundas dos três estados da Região Sul, teve como grande vencedor a equipe “Luke, Eu Sou Seu Pai”, de Ponta Grossa/PR.





Próxima corrida no Brasil:
No dia 02 de outubro (domingo), o Red Bull Soapbox faz sua próxima parada no Brasil. Será em Belo Horizonte/MG, a partir das 10h30 na praça do Papa.







Fonte: www.redbull.com.br


Parceria com Luiz Eduardo de Paiva

3 de ago. de 2011

CONFISSÃO

Como muitos que me seguem já devem saber, meu "forte" nunca foi a produção de textos. E de uns tempos pra cá, venho associando minhas imagens, minha vida e todo um contexto da nossa sociedade aos textos de algumas pessoas que eu admiro. Hoje recebi este aqui. Espero que gostem...


Por Gustavo Canesso


Foto: Aline Samara


Ele estava no alpendre e não tinha noção de que horas eram. Fumava um cigarro evitando pensar demais e acabar perdendo a sanidade. Muita coisa iria mudar a partir daquele dia. Com 16 anos deveria ser proibido sofrer daquela maneira, aquela ainda era uma idade de se acreditar na imortalidade de seus pais e não na sua, para se convencer de que se precisa deles e não o contrário.  

Os dias anteriores passaram devagar. Desde um mês já sabia que um novo começo estava próximo. Sentia medo. Mesmo tendo consciência da doença de sua mãe nunca quis pensar que a pessoa, que em sua cabeça era um anjo, pudesse simplesmente não respirar mais. A conseqüência que mais temia era a convivência mais estreita com aquele considerado o desafeto mais íntimo, aquele que amava, mas com quem tinha grandes dificuldades. Este homem foi o que lhe deu a vida e a condição de sobreviver, mas foi também a palma que lhe doía à face e a voz que tantas vezes maltratou seus ouvidos. Seu pai parecia um estranho. Nunca havia parado para pensar nas circunstâncias que estaria inserido agora. 

Continuaria vivendo, se lembrando da lição que sua mãe havia ensinado: independente de qualquer coisa saber que se sua vida está ruim, tem sempre alguém em uma situação pior. Seu norte agora seria este, porém queria entender como alguém diz para sempre seguir em frente e se esquece de dizer que ficará para trás. 

Os amigos continuariam ali, porém muito mais próximos. A dor seria compartilhada e a convivência cada vez maior e necessária. O amor que sentia por eles se confirmaria a cada dia. A família que Deus havia lhe dado oportunidade de escolher seria, de fato, uma família. Tinha medo de perdê-los e por isso tomaria atitudes sistemáticas. Apesar do amor pelos amigos ser bem definido e claro para ele, dois amores ainda continuariam oblíquos. Nunca se apaixonou e por estar em um momento de fraqueza tomaria atitudes de pessoas apaixonadas, porém, por incrível que pareça, sem paixão. Não se arrependeria, porém teria consciência que poderia ter evitado. Um caminho diferente faria parte de sua vida, ele faria a rosa sair despedaçada e o cravo vencedor em sua batalha paradoxal. Antes pensara que em seu interior habitavam duas pessoas distintas, agora, porém, saberia exatamente quem era. Nem por isso encontraria o primeiro amor. O outro amor é aquele que descobririaque passaria a dedicar a seu pai. A proximidade e a dor fariam duas pessoas muito diferentes e distantes, apesar de viverem na mesma casa,  conseguirem saltar tamanha distância e trabalhar a afetividade recíproca.  

Ele estava no alpendre e não tinha noção de que horas eram. Pensou poder adivinhar o futuro e imaginara o que seria sua vida dali para frente. O que parecia óbvio poderia não ser. Fumava para se esquivar da morte e fingia se esquecer de que a cada tragada a morte se fazia mais próxima.